Ao contratar um crédito habitação estamos cientes de que se trata de uma obrigação a longo prazo. E, garantidamente que nesse espaço temporal muitas coisas irão mudar.
As mudanças podem ser no âmbito pessoal, como a redução do orçamento mensal, por exemplo, ou até mesmo em relação ao próprio mercado económico que está em constante oscilação.
Por esse motivo, existem muitas pessoas que consideram a transferência de crédito habitação com o intuito de ter prestações mais baixas.
É importante ter em conta que é completamente natural que as condições que tinha ao contratar o crédito já não se apliquem à atual realidade.
Mas, o que fazer para alterar este contrato? Realizar uma transferência de crédito habitação pode ser a solução para encontrar condições mais benéficas e assim poupar muito dinheiro até ao final do contrato.
Quer saber como? Continue a leitura do artigo e descubra como fazer e quais as vantagens da transferência do seu financiamento à habitação.
Transferência de crédito habitação
É evidente que as taxas praticadas nos financiamentos à habitação não são as mesmas que eram praticadas há alguns anos. O fantasma da crise já não assombra as instituições financeiras como antes.
Se possui um contrato com taxas elevadas ou outras condições que encarecem o empréstimo, é importante saber que é possível conseguir poupar através de uma transferência de crédito habitação. E se quer saber como funciona, continue a ler.
Simulador de Transferência de Crédito — antes vs. depois
Custos avançados (opcional)
Prestação atual
Prestação nova
Poupança mensal
Break-even (meses)
% de poupança
Poupança mensal · —
Veja também: Qual o Melhor Crédito Consolidado?
1 – Como funciona a transferência?
O primeiro passo para fazer uma transferência de crédito é analisar cuidadosamente o contrato atual. Deve verificar as taxas e eventuais produtos associados que podem estar a encarecer as prestações.
Comparando o contrato com a média de taxas praticadas atualmente no mercado será possível determinar se, de facto, está a pagar um montante mais elevado.
Feito isso, esteja ciente de que o processo de transferência terá alguns custos associados. Entre eles encontra-se a comissão de reembolso antecipado, montante a pagar à atual instituição.
O valor da comissão varia entre bancos dependendo do tipo de taxa do crédito à habitação, sendo 0,5% para uma taxa variável e 2% para um empréstimo com taxa fixa.
Além disso, possivelmente terá de arcar com outros custos. Como por exemplo a elaboração de uma nova escritura, o Imposto do Selo sobre a Transação (0,8%) e o Imposto do Selo sobre o Crédito (0,6%).
Sobre as custas administrativas do banco, estas são suportadas pela maior parte das instituições. Por isso, é importante certificar-se disso. Mas, tenha ainda em conta que alguns bancos suportam todo o processo de transferência de crédito.
Até agora falámos sobre tudo o que terá de pagar com a transferência, e deve estar a perguntar-se: “Qual será a vantagem deste processo de transferência?” Explicamos já a seguir.
Simule: Crédito Consolidado Cofidis
2 – Em que situações vale a pena transferir um crédito habitação
Transferir o crédito habitação pode reduzir as prestações do empréstimo. Isso porque nos contratos mais atuais, especialmente após 2016, a taxa Euribor tem diminuído, e além disso os spreads estão mais baixos.
Em suma, a prestação será reduzida pois o montante a financiar será mais baixo, e também serão aplicadas taxas de juro mais baixas. A par disso poderá até conseguir um prazo de pagamento menor sem que isso interfira com a gestão do orçamento.
Em alguns casos é possível reduzir a prestação mensal da casa até 40%. Deste modo o dinheiro que irá poupar poderá aplicar nas poupanças, investimentos e projetos pessoais.
Assim, se a prestação do crédito habitação estiver a ser muito pesada ao final do mês ou se simplesmente pretende poupar para situações futuras, a solução poderá passar por este processo.
Faça simulações, avalie as condições atuais do mercado e compare-as com o seu contrato de crédito. Fazer uma transferência de crédito habitação pode ser o fôlego que precisava para organizar as finanças e o orçamento mensal.
Quando compensa transferir o crédito? 3 exemplos reais
Simulação 1 — Variável → Variável (redução de spread)
- Situação atual: €180.000 em dívida · 30 anos restantes · TAN 3,9% (Euribor 6M + 1,8 pp)
- Nova proposta: TAN 3,1% (Euribor 6M + 1,0 pp)
- Prestação mensal: €849 → €769
- Poupança: €80/mês (~€960/ano)
- Custos/observações: Sem comissão de reembolso por ser taxa variável; custos de transferência frequentemente suportados por campanhas do novo banco.
Simulação 2 — Fixa alta → Variável mais baixa
- Situação atual: €150.000 · 25 anos restantes · taxa fixa 5,0%
- Nova proposta: TAN 3,1% (variável)
- Prestação mensal: €877 → €719
- Poupança: €158/mês (~€1.900/ano)
- Custos/observações: Pode existir comissão de reembolso até 2% do capital em dívida no contrato a taxa fixa. Ponto de equilíbrio aproximado: ~19 meses de poupança.
Simulação 3 — Variável alta → Fixa competitiva (estabilidade)
- Situação atual: €220.000 · 32 anos restantes · TAN 4,2% (variável)
- Nova proposta: taxa fixa 3,5%
- Prestação mensal: €1.043 → €953
- Poupança: €89/mês (~€1.070/ano)
- Custos/observações: Sem comissão de reembolso na origem (variável); outros custos podem ser cobertos pelo banco de destino, consoante a campanha.
Passo a passo: como transferir o crédito (checklist)
- Recolher documentos base
Último DAE/TAEG, MTIC, extrato de responsabilidades, prestação atual, capitais em dívida, apólices de seguros (vida e multirriscos). - Pedir 2–3 propostas a bancos/intermediários
Solicitar TAN/TAEG, spread, indexante, prazo, custos e exigências (domicílios, cartões, seguros). - Comparar “custo total”
Avaliar prestação, comissões (inclui ver se há 0% em variável), e eventuais condições cruzadas (pacotes/seguros). - Avaliação do imóvel
Confirmar se o banco assume custos (alguns cobrem tudo). - Aprovação e escritura/substituição
Rever minutas, confirmar seguros (pode transferir/manter) e formalizar a liquidação ao banco atual. - Depois da transferência
Validar primeira prestação, débito, e se as condições (spread/seguros) correspondem ao contratado.
Regra útil: se vens de variável (HPP), 2025 é especialmente favorável devido à isenção da comissão de reembolso. Em fixa, calcula o break-even: comissão vs. poupança mensal.
Perguntas frequentes
Tipicamente 2–6 semanas, dependendo da avaliação e formalidades.
Nem sempre. Muitos bancos aceitam manter (desde que cumpram coberturas); comparar preço/cobertura é chave.
Sim, mas pode existir comissão até 2% — calcula o ponto de equilíbrio antes de avançar.
Alguns bancos suportam custos de transferência, conforme campanha e perfil. Confirma por escrito na FINE/DAE.
Porque quem está em variável (HPP) beneficia de isenção de comissão de reembolso até 31/12/2025 e a Euribor 6M está em torno dos ~2,1%.
Intermediário de Crédito registado no Banco de Portugal com o 



